terça-feira, 31 de maio de 2011

Foto não exposta será página de livro rasgado

O que é História ?
Basicamente, trata-se da ciência que estuda o passado para compreensão do presente e futuro.
Seguindo esta premissa saio em defesa dos historiadores e aspirantes a, injustiçados em rede nacional, por quem fez e infelizmente ainda pretende fazer História de maneira, digamos assim, indigesta.
O excelentíssimo senhor José Sarney, simplesmente classificou a retirada do poder do ex-presidente Fernando Collor de Mello como um acidente que não deveria ter ocorrido e pôs na conta destes profissionais a não exposição desta passagem marcante da nossa tão garbosa república da galeria de painéis exposta no Senado Federal batizada de túnel do tempo, que retrata fatos desde o império até os dias atuais, sem nem sequer promover um impeachment.
Após tamanha truculência venho relembrar tal passagem.
Depois de trinta anos, em 1990 o povo brasileiro elegeu, por tão lutadas e sonhadas eleições diretas, como presidente o senhor Fernando Collor de Mello, que tomou posse de posto deixado, por ninguém mais, ninguém menos que José Sarney, com a herança de uma inflação galopante pra lá dos 80% mês. O candidato eleito do então PRN, tinha como alcunha política ser o Caçador de Marajás e adotou como medida mais marcante em seu regime um congelamento ou confisco de bens financeiros que traumatizou bastante a quem não foi conveniente e previamente avisado do bloqueio.
Em 1992 por questões de egos por disputa de aquisição de um jornal influente em Alagoas, território eleitoral do então presidente, e derrota para o tesoureiro da campanha política do mesmo ( Paulo César Farias) seu irmão Pedro Collor resolveu denunciar, não muito caridosamente, um esquema de corrupção para angariar os recursos da empreitada política, em 29/09/92 investigações e CPI mais tarde, 441 votos a 38, uma abstença e 23 ausências o "Caçador de Marajás" foi deposto por impeachment, eis o "acidente", que realmente não deveria ter ocorrido, assim como não deve ocorrer o escamoteamento. Tanta censura só ratifica que a república, da forma que foi instaurada e perdura no Brasil e seus personagens, também o sejam.
Diálogo entre pais e filhos daqui a dez anos:
- Pai, Mãe, o que é esse tal de impeachment, que tá com a página rasgada aqui no meu livro?!
- Nada não filho(a), já passou, já passou.


Memento mori et Carpe diem!

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