O martírio do século é a cobrança de tudo, desde aspectos comportamentais até as finanças, sectárias finanças.
Quando instituíram o que conhecemos hoje como dinheiro rechaçaram o valor das intenções, a partir de então ninguém teria acesso ao que fosse importante para si sem antes ser aferida a condição do quanto se poderia pagar.
Seletiva e tacitamente os detentores de maior quantidade de dinheiro ou dos meios de como tornar-se um dos maiores detentores passaram a monopolizar todos os passos. Suas imagens fincaram o como se vestir, se alimentar, como e o que escrever e dizer.
Consequentemente as relações humanas atingiram um estágio analítico e racional e secundário em termos sensoriais. Convivência tornou-se tema de congressos, algo que outrora era tão automático quanto estar de pé, salvo as guerras das civilizações anteriores que a regaram de sangue, sendo grande parte delas motivadas por anseios econômicos, de um modo geral vivia-se harmoniosamente.
Moedas e inicialmente suas matérias-primas e posteriormente seus valores nominais interferiram diretamente na formação da humanidade, que por cada vez mais posse delas foi gradativa e aceleradamente tornando-se mais desumana. Tempos depois ser importante, ainda que não tão relevante no que tange pacífica convivência, era confirmado por ter um rosto gravado nesses metais e mais tarde em papéis, por reverência servil ou bajuladora ou em honra de uma morte.
“Dinheiro é um pedaço de papel que um dia disseram que vale alguma coisa.”
Os que disseram, não apenas disseram, impuseram por armas e enorme quantidade de mortes. Palavras aliás assumiram literalmente a função de palavras, apenas palavras, que serviam apenas para dizer e contemporaneamente podem ser pagas para serem proferidas. Pensar que um dia palavra teve peso de tratado, de comércio, de conduta.
Através de séculos e de hoje em diante tão somente a condição financeira regulamenta a vida e sobrevivência. Há a convenção generalizada de que “dinheiro move o mundo”, ainda que para isso o encaminhe até uma autodestruição e escravize muitas pessoas.
Memento mori et carpe diem!