quarta-feira, 20 de maio de 2020

Se ainda não percebeu, anota aí...

Tem um povo aí, que apesar de tudo não para de querer vir!

Tem um povo aí , que não precisa de sol pra se tingir!

Tem um povo aí, que tá que tá danado, esbanjando penteados e pentes de garfo nos cabelos pendurados!

Tem um povo aí, que quanto mais é preterido velado, cada vez menos fica calado!

Tem um povo aí, que não teve açoites , por muitos dias e noites , que os eliminaram!

Tem um povo aí, que vive desde sempre na alça de mira , como uma caça liberada e legitimada por um Estado!

Tem um povo aí , que veio resistindo de pancada em pancada, do Pelourinho passando por cortiços, por favelas e quebradas!

Tem um povo aí , que venha no tempo que vir, tem DNA e não pedigree de quilombola!

Tem um povo ai, que quando se encontra não se conhece de agora, vem de uma ancestralidade nação!

Tem um povo aí , que impuseram uma escravidão, forjaram uma abolição e não deram qualquer paradeiro!

Tem um povo aí, desavisado, que é teu povo!

Um politicamente correto pra chamar é afro-brasileiro!

Veio contra quase tudo e quase todos e chegou até aqui!

Parar agora ?! Respeita essa História, dá meia volta, passa vergonha com teu racismo e cai fora!!

Aceita que dói menos e se não entender, vê se ao menos decora!!!

Memento mori et carpe diem!

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Memória de quarentena racial

Saudade lá de fora ?!
Te manca negão, lá fora pesa pacas como tu e as nega e outro como tu são tingido por fora , lá pra te olhar torto e atravessado, de cima abaixo ou tudo isso toda hora é hora , não viaja na margarina que a maionese é cara e o custo do sonho evapora.
Pra prosear vou rimar que fica mais solto o pensar ainda que marginal de se falar , deixa o ritmo imperar, vambora?
Tá, vou apresentar a situação baseada em fatos reais , que não devia , mas lá fora são banais, doem demais , mas...
Naquele lugar um preto pra lá de um metro e oitenta , cavanhaque e mochila , agasalhado , naquele horário de aura escura , ar de cansado , subindo a escadaria de onde mora a não preta que caminha a frente , não pode ser um estudante proletário como a mulher a diante , por sina , convenção, isso nunca combina .
Ainda que o indivíduo que venha atrás, num súbito descuido esteja com a cabeça em outro lugar , sem a cena cotidiana alertar , só entendendo o enredo curto, grosso e todo a partir da mulher da frente     tropeçar ao abrir fuga dele , como barreira do alívio dela um portão , pega trêmula o molho de chaves e deixa cair no chão, postura diante de tanta escuridão , ao redor e principalmente atrás na situação.
Enfim ela abre o portão e bate na cara do negão , salvação, qual a artimanha de racismo, sórdida enganação, no fim uma incômoda normalização, mesma culpabilização.
Perseguição por intuição, engano grave cheio de legitimação lamentavelmente socialmente endossada, palhaçada! Sem graça , mas há quem caga anda ri e ainda crê em paranoia preta exagerada.
Se enxerga sonhador, se emenda , já não basta tua cor de pele ainda quer questionar o lugar que os mandatários de sempre querem te impor, ousadia ainda hoje em dia? Faça o favor!
Valentia de quem teve e tem e terá essa mesma cor é de todo dia , toda hora, em respeito de quem anda , andará e por esse mundo já andou!
 Não esmorece com cotidiano cheio de trama com porrada da vida velada. Graças a escrita , voz e repente de picardia revelada.
Memória bem guardada, mal digerida e agora vomitada , pra diferente da ancestralidade não ser amputada!
Fica sorrateiro , quieto , calado , agradece os quatro cantos que tem e um telhado. Sem tá aglomerado, tira a mãe preta do teu passado!
Tá louco?! Memorial esbranquiçado?! Olha pra você Mané consciência, olha quem tá esculachado do teu lado!
Feliz agora que tristeza tá afastada , mas a incerteza bate as portas, mentes e deixa hematoma mentalizado.
Botar a cara lá fora é brutal, gente preta num bolso leva morte e se não acabar numa cena de genocídio, de certo num outro bolso tem um mandado de própria prisão!
Felicidade sempre vai e foi-se embora e não tenho a saudade lá de fora , porque sei que a falsidade vigora!

Memento mori et carpe diem!