segunda-feira, 18 de maio de 2020

Memória de quarentena racial

Saudade lá de fora ?!
Te manca negão, lá fora pesa pacas como tu e as nega e outro como tu são tingido por fora , lá pra te olhar torto e atravessado, de cima abaixo ou tudo isso toda hora é hora , não viaja na margarina que a maionese é cara e o custo do sonho evapora.
Pra prosear vou rimar que fica mais solto o pensar ainda que marginal de se falar , deixa o ritmo imperar, vambora?
Tá, vou apresentar a situação baseada em fatos reais , que não devia , mas lá fora são banais, doem demais , mas...
Naquele lugar um preto pra lá de um metro e oitenta , cavanhaque e mochila , agasalhado , naquele horário de aura escura , ar de cansado , subindo a escadaria de onde mora a não preta que caminha a frente , não pode ser um estudante proletário como a mulher a diante , por sina , convenção, isso nunca combina .
Ainda que o indivíduo que venha atrás, num súbito descuido esteja com a cabeça em outro lugar , sem a cena cotidiana alertar , só entendendo o enredo curto, grosso e todo a partir da mulher da frente     tropeçar ao abrir fuga dele , como barreira do alívio dela um portão , pega trêmula o molho de chaves e deixa cair no chão, postura diante de tanta escuridão , ao redor e principalmente atrás na situação.
Enfim ela abre o portão e bate na cara do negão , salvação, qual a artimanha de racismo, sórdida enganação, no fim uma incômoda normalização, mesma culpabilização.
Perseguição por intuição, engano grave cheio de legitimação lamentavelmente socialmente endossada, palhaçada! Sem graça , mas há quem caga anda ri e ainda crê em paranoia preta exagerada.
Se enxerga sonhador, se emenda , já não basta tua cor de pele ainda quer questionar o lugar que os mandatários de sempre querem te impor, ousadia ainda hoje em dia? Faça o favor!
Valentia de quem teve e tem e terá essa mesma cor é de todo dia , toda hora, em respeito de quem anda , andará e por esse mundo já andou!
 Não esmorece com cotidiano cheio de trama com porrada da vida velada. Graças a escrita , voz e repente de picardia revelada.
Memória bem guardada, mal digerida e agora vomitada , pra diferente da ancestralidade não ser amputada!
Fica sorrateiro , quieto , calado , agradece os quatro cantos que tem e um telhado. Sem tá aglomerado, tira a mãe preta do teu passado!
Tá louco?! Memorial esbranquiçado?! Olha pra você Mané consciência, olha quem tá esculachado do teu lado!
Feliz agora que tristeza tá afastada , mas a incerteza bate as portas, mentes e deixa hematoma mentalizado.
Botar a cara lá fora é brutal, gente preta num bolso leva morte e se não acabar numa cena de genocídio, de certo num outro bolso tem um mandado de própria prisão!
Felicidade sempre vai e foi-se embora e não tenho a saudade lá de fora , porque sei que a falsidade vigora!

Memento mori et carpe diem!

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