sábado, 23 de abril de 2011

Ateliê

Quando me ponho a pensar.
Logo me ponho a escrever.
Quando penso e escrevo o que penso.
Vez ou outra posso sofrer.
Também me alivia.
Daí aparece a alegria.
O que decidir varia.
Ler as circunstâncias municia.
Imaginação e atenção ajudam a tecer.
Tear desse jeito o dia a dia.
Deixa mais brando e sensato o viver.


Memento mori et Carpe diem!

Situação "?"

Como chamamos os pais que têm seus filhos mortos como tiveram os dos alunos da Escola Municipal em Realengo?
Como ficarão as famílias, após as perdas?
A morte do matador é a devida punição ou de certa forma uma libertação irrevogável?
Quem é o maior culpado?
Governo?
Os pais?
Os alunos?
Os professores?
O sistema?
O poder paralelo?
As milícias?
A polícia?
As forças armadas?
A Nasa?
Deus?!
Situação inenarrável, inimaginável, tão sem jeito, tão sem nome, tão..."?"
"Quem ainda é apaixonado pela vida?!"(Martha Medeiros - texto Árvore - Jornal O Globo)

Memento mori et Carpe diem!

Sabedoria, amor e sabores

" A vida deve estar para nós como os vinhos estão para os enólogos".
Não viver intensamente nos enche de lacunas e nos torna impotentes perante qualquer adversidade.
Há que se cuidar no amor para não se render as ciências e metodologias "especializadas".
Vezenquando fugir da premissa do quem combina com quem, torna as coisas deliciosamente mais espontâneas.
Se assim serão emoções duradouras ou efêmeras, deixe que as degustações digam.


Memento mori et Carpe diem!

Ter ou não ter? Eis a nova questão.

O padrão do cotidiano é não ter nada ou quase, não temos dinheiro, não temos políticos, não temos política, não temos governo, não temos Estado.
Há muito perdemos a paciência, a educação, a atitude, a cidadania, a moral e os bons costumes. Não temos segurança, não temos voz, não temos alguém( no sentido literal e primário do verbo) acompanhamos e somos acompanhados, não temos toda privacidade, não temos todas as ruas das cidades, não temos acesso total, não temos informação.
Vale mencionar a casa muito engraçada, nunca vista, somente imaginada e cantada, a qual já não tinha teto, não tinha nada! Não temos vocabulário, porque não temos o hábito da leitura. E o que falar de tempo então, hein?!
Em terra de quem nã tem tanta coisa, quem tem tudo ou quase, devido a pouquíssima parceria, é visto como um ser inatingível, previsível( em suas contantes inovações) monocomático, monossilábico, "monótono".


Memento mori et Carpe diem!

Na mesma

Não sei quem e porque disse que avançamos muito e rapidamente. Só há evidências do contrário, basta invertermos o prisma.
Estudiosos defendem que somos Homo Sapiens Sapiens( homens que sabem que sabem) um estágio acima dos "evoluídos" Homo Sapiens( homens que sabem) não sei não.
Vejo que modernizamos as barbáries, hoje somos capazes de matar bem mais, com bem menos esforço e ,uito mais distantes. Se compararmos as performances atuais com as dos conquistadores de outrora fica bastante parelha a disputa.
Há pouco mais de quimhentos anos tínhamos a certeza, inquestionável sob pena de morte, de que o planeta Terra era achatado. Aprendemos a voar, alçamos voos cada vez mais altos a ponto de poder avistá-lo de fora, e além de ratificar a sua forma arredondada o apelidamos de planeta azul. Mas até então fomos incapazes dos nos policiarmos sobre o esgotamento de recursos naturais esgotáveis, nada mais óbvio de se concluir uma vez que há uma área delimitada e sem prévisão de expansão. Óbvio para qualquer um, menos para nós mesmos.
Numa análise social mais localizada estou rodeado de muitos ainda contagiados com a crença tola, instituída há mais ou menos quarenta anos, de que o Brasil seria o país do futuro. Os sonhadores e vendedores dessa ilusão de ontem seriam os que poderiam prover a ascensão agora, e?
Registro aqui uma meia culpa por certa conivência, talvez por conveniência ou coisa que o valha. Mas como bem cantara os Paralamas do Sucesso:
" Eu acordo pra trabalhar, corro pra trabalhar, como pra trabalhar, durmo pra trabalhar. Eu não tenho tempo de ter o tempo livre de ser, de nada ter que fazer, eu me encontro perdido nas coisas que eu criei, eu nada sei..., ando cansado demais".


Memento mori et Carpe diem!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Pra não dizer que não falei do altruísmo.

Nunca vi ninguém desejar à alguém que nasce ser um altruísta, todos desejam saúde( não que seja dispensável) muito dinheiro, sorte(tal qual a saúde essencial) alguns desejam fama, mas não ouvi ainda " Que sejas um altruísta!"
Compreensível, há muito pensar no outro deixou de ser padrão da configuração do ser humano, o eu sobrepôs o nós, o meu ao nosso e então esta característica se perdeu, tornou-se rara a ponto de ter valor de uma virtude.
Penso que não se faz necessário beatificar o indivíduo que a tenha.
Basta aprendermos a lição e multiplicá-la, pensar em outrem vai muito além de prover ao semelhante bens materiais, finanças ou coisa afim, trata-se de lembrar de um dos mandamentos escritos na tábua de Moisés:
" Não queira aos outros o que não desejas a ti mesmo"; Acho que era mais ou menos isso (risos).
O altruísmo nosso de cada dia não resolverá tudo, mas será um grande começo.
Licença Geraldo Vandré:
Venham!
Vamos embora que esperar não é saber, quem sabe das necessidades faz a hora,
não espera acontecer.


Memento mori et Carpe diem!

Intromissão poética

Proparoxítona é proparoxítona.
Paroxítono é proparoxítona.
Oxítona é proparoxítona.
Toda proparoxítona é acentuada.
Porém ser proparoxítona não é propriedade de toda palavra.
As que não são dependem da terminação para serem classificadas.

Bem vindos ao país da escrita diferenciada.
Recentemente modificada.
Ainda não sei se melhorada ou piorada.
"Certeza" mesmo, só de que será "unificada".

Peço desculpas a Bechara e a outros simpatizantes ou estudiosos do idioma, para iniciar o final do meu pensamento fora da toada.

Pois assaltei a gramática.
Assassinei a lógica.
Violentei a métrica.
Cometi uma heresia.
Meti poesia onde devia e não devia.


Memento mori et Carpe diem !

Te conheço? Me conheço?

Cada que passa me convenço mais que ser humano é sempre querer saber.Nem sempre obtemos as respostas e no entanto fazemos contínuas perguntas.
Não conhecemos a si próprio, quem dirá aos demais.
Imerso nesse misterioso mundo interior chego a ter algumas suposições:
Talvez por isso os analistas tenham suas agendas lotadas.
Talvez por isso nos encantemos de forma colossal com os atores e as atrizes, que se divertem e nos diverte nos enganando com mentiras baseadas em fatos reais e destes, alguns, sofram por enganar-se por muito tempo.
Talvez por isso proliferem as várias seitas e religiões.
Talvez por isso nos assolam e semeamos as inúmeras desconfianças.
Todos nós amamos algo, não suportamos algo e temos medo de algo, por mais esquisito que possa parecer.
Suponho que as respostas sobre nós mesmos estejam disponíveis nas simetrias inversas dos espelhos.
Então antes de qualquer julgamento, aconselho que vide os versos diversos.


Memento mori et Carpe diem!

Hesite em hesitar

As chances das coisas capazes de modificarem nossas vidas aparecerem, ao contrário do que se possa imaginar, não são múltiplas.
Ser alguém correto, companheiro de todas as horas, ótimo(a) filho(a), pai, mãe, irmão, irmã, amigo(a) ou degenerar-se a esse ponto é quase o bastante para tal acesso.
Tudo isso nos deixa a beira da plataforma, bem juntos da locomotiva da felicidade. Para embarcar são pré-requisitos um mínimo de ousadia e muita gana.
O trem não é parador e hesitar em entrar estando a frente de uma porta aberta, só pra ter história triste pra contar, sisgnifica perder um ou alguns dos poucos vagões disponíveis.
Protelar a viagem tende a ser um erro irreparável , com o passar do tempo a vitalidade para continuar na correria, encarar o empurra empurra e apertar-se em meio aos demais viajantes fica menor e você deixa de estar ao lado e passa a estar atrás, podendo talvez nunca mais alcançar. Em caso de tombos ou obstáculos que tenha que transpor, "retroceder nunca, render-se jamais"! Go on! Em bom e velho português, vai que é sua!


Memento mori et Carpe diem!

Donas Palavras

Em todo momento vejo palavras, no plantar, no germinar, no nascer, no crescer e no partir.
Sonho com palavras que avisto todos os dias, em todas as horas entre o despertar e o dormir.
Há palavras nas películas mudas, mímicas e músicas, cantadas ou não cantadas.
"Palavras são apenas palavras pequenas, palavras...".
Palavras estão nos tempos, nos dilemas, nas soluções e contratempos.
Vejo palavras nas placas, nas retas, curvas, descidas e subidas de nossa estrada.
Se me perguntarem como escrevo não as tenho para essa dúvida dirimir.
Vocábulos e seus falsetes, mais comuns como metáforas, me conduzem e me conduzirão aos inícios, meios e fins.
Definitivamente não possuo as palavras, elas são donas de mim.

Memento mori et Carpe diem!